Por que investir em análise de solo é estratégico para as grandes culturas?

Investimento não chega a 1% do custo total de implantação de uma lavoura e pode resultar em ganhos expressivos de produtividade

Por que investir em análise de solo é estratégico para as grandes culturas?

Em meados de setembro, o Brasil começará a semear a sua nova safra de grãos. A soja, principal cultura cultivada no país, como sempre lidera as estimativas e deve alcançar 169 milhões de toneladas, segundo o USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Já para o milho o órgão norte-americano estima 127 milhões de toneladas.

Um dos maiores produtores e exportadores globais dessas e outras culturas, o Brasil deve encerrar a safra 2023/2024 com 298,6 milhões de toneladas, de acordo com o 11º levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Embora o clima e os custos sejam sempre fatores preocupantes e tornem o setor mais cauteloso para estimar as próximas safras, a expectativa é sempre superar o resultado do ciclo anterior.

E dentro desse objetivo, a análise de solo tem se consolidado como uma ferramenta essencial para o manejo eficiente das grandes culturas agrícolas. Compreender a composição do solo e suas necessidades é vital para aumentar a produtividade, otimizar o uso de insumos e garantir um retorno financeiro significativo para o produtor rural.

O custo de uma análise de solo depende de diversos fatores, como o nível tecnológico do produtor, a região, o laboratório escolhido e o tipo de amostragem e análise. Mas, em geral, ele é bem inferior ao retorno financeiro obtido posteriormente.

“Alguns levantamentos em Agricultura de Precisão apontam esse custo entre R$ 20,00 e R$ 40,00 por hectare (considerando que a análise é feita a cada 2 ou 3 anos)”, disse o engenheiro agrônomo Igor Castro, responsável técnico pelas análises de solo da Solocria Laboratório Agropecuário.

“Se levarmos em conta que o custo de produção da soja gira entre R$ 4 e R$ 5 mil, temos um investimento de algo em torno de 0,5% do custo de produção de uma lavoura de soja no processo de amostragem e análise de solo”, complementou.

Já o retorno sobre esse investimento tende a ser altamente compensador. Estudos indicam que a aplicação correta de fertilizantes, baseada nos resultados da análise de solo, pode aumentar significativamente a produtividade. Em culturas de grande escala, isso se traduz em ganhos expressivos, que compensam amplamente o custo inicial da análise.

Na produção de soja, por exemplo, onde o custo dos fertilizantes representa uma parcela significativa dos custos totais, o uso eficiente dos nutrientes pode ser a chave para maximizar os lucros.

“A análise de solo avalia o grau de deficiência, desequilíbrio e limitações químicas do solo, de modo que utilizamos ela para fazer a recomendação adequada de corretivos e fertilizantes, além de decisões de manejo de fertilidade”, explicou o engenheiro agrônomo.

“Significa jogar a quantidade correta, da forma correta, para alcançarmos o teto produtivo de uma lavoura. Em outras palavras, representa menos desperdício e mais assertividade, para que uma cultura expresse todo o seu potencial e assim, retorno econômico”, destacou ele.

Em relação a amostragem de solo, que é um fator importante na definição do custo, os produtores podem optar pela convencional, na qual a área é dividida em talhões ou glebas. São retiradas de 10 a 30 amostras simples e de forma aleatória para formar uma amostra composta que represente aquela área.

Existe também a amostragem sistemática, que é utilizada juntamente com outras ferramentas na agricultura de precisão. Dentro de várias técnicas, podemos resumir que as áreas são divididas em grids de amostragem, quadrados ou retangulares, e a amostragem é feita de forma georreferenciada, onde as amostras simples são coletadas a partir de um ponto central desse grid.

“Ambas as técnicas têm um custo, porém devido aos benefícios comprovados, isso está longe de ser um fator limitante para grandes produtores”, disse Igor Castro.

Principais benefícios da análise de solo

Otimização do uso de insumos

A análise de solo permite a aplicação precisa de fertilizantes e corretivos, ajustando as doses às necessidades específicas de cada área. Isso evita o desperdício de recursos e melhora a eficiência no uso dos insumos, além de resultar em uma produção mais econômica e sustentável.

Aumento da produtividade

Com a análise de solo é possível identificar deficiências nutricionais e corrigir os problemas antes do plantio. Isso garante que as plantas recebam os nutrientes necessários em cada estágio de crescimento e promove um aumento significativo na produtividade das culturas.

Redução de custos

Ao aplicar insumos de forma direcionada e evitar excessos, a análise de solo contribui para a redução dos custos de produção e ajuda a proteger o meio ambiente.

Melhoria da saúde do solo

A análise de solo auxilia na manutenção do equilíbrio nutricional, previne problemas como a acidez excessiva e a salinidade. Com um solo mais saudável, as plantas têm um ambiente melhor para crescer, o que se reflete em uma maior resistência a pragas e doenças.

Sustentabilidade agrícola

Práticas baseadas na análise de solo promovem uma agricultura mais sustentável. Ao evitar a aplicação desnecessária de produtos químicos, a técnica contribui para a conservação dos recursos naturais e para a proteção da biodiversidade.

 

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