O legado de Seu José Coelho da Rocha Neto na história da Solocria

Conheça a jornada de comprometimento e dedicação de um dos sócios fundadores que ajudaram a empresa a se tornar referência no mercado

O legado de Seu José Coelho da Rocha Neto na história da Solocria

Era o ano de 1988 quando Seu José Coelho da Rocha Neto, então um jovem técnico agrícola cheio de disposição e sonhos, decidiu dar um passo ousado: deixar um emprego estável para ajudar a fundar uma empresa. Nascia ali a Solocria Laboratório Agropecuário, uma ideia que começou pequena, mas com um propósito grandioso.

Hoje, com 36 anos de história, a empresa se consolidou como uma referência no setor de análise de solo. Com uma carteira de clientes sólida, destaca-se pela precisão e qualidade das análises, além do relacionamento próximo com seus clientes.

Seu José relembra, com orgulho e emoção, os primeiros dias em que as análises de solo eram feitas de maneira quase artesanal, em um cenário de limitações, mas guiado por muito esforço. Agora, ele olha para o passado com a satisfação de quem não apenas construiu uma empresa de sucesso, mas também um legado de respeito e inovação.

“Saí de outro laboratório, onde eu trabalhava havia um ano e um mês, para montar a Solocria junto com o meu então cunhado e a minha irmã”, recorda ele, referindo-se a Orlando Cavalcante de Castro e Maria Sérgia Rocha de Andrade, casados na época.

Com poucos recursos e muito trabalho, a Solocria começou suas operações em um cenário de grande adaptação, mas sob alguns pilares fundamentais: a experiência técnica e a força de vontade dos fundadores, além da confiança de outros familiares que acreditaram e investiram na ideia.

Sem equipamentos sofisticados, Seu José adaptava o que tinha à disposição para realizar as análises de solo. O transporte das primeiras amostras, por exemplo, era feito em uma mobilete, veículo comum na época, que ele usava para buscar as amostras e resolver burocracias diversas.

“Eu construí balcão, capela, punha os aparelhos para funcionar, fazia as bancadas e, à tarde, subia na mobilete para levar coisas ao correio ou resolver pendências no banco. Era uma correria. Muitas vezes, trabalhávamos das seis da manhã às onze da noite”, conta.

No início, a remuneração era baixa, cerca de meio salário mínimo, mas isso não o desanimava. Ele acreditava no potencial do laboratório e sabia que o esforço traria frutos.

Um dos primeiros clientes a confiar na Solocria foi a família Fiúza, um sobrenome que ficou marcado na memória de Seu José Coelho. Ele lembra o dia exato em que abriram as portas oficialmente: 31 de maio de 1988, uma terça-feira. “Foi uma época de muita luta, mas também de muita garra e aprendizado”, afirma.

“Eu não tinha dificuldade. Tudo o que era preciso fazer dentro da Solocria, eu fazia, instalação elétrica, encanamento, tirar goteira, subir no telhado. E eu sempre estava presente em todas as decisões”, conta com orgulho.

Com o passar dos anos, a empresa cresceu, modernizou-se e ampliou seus serviços, mas Seu José nunca esqueceu as lições dos primeiros anos. A busca constante pela excelência foi um dos pilares que sustentaram o crescimento do laboratório.

Fator decisivo para o sucesso

Para ele, um fator fundamental na trajetória da Solocria foi a parceria estabelecida com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Seu Orlando Cavalcante de Castro, o outro sócio fundador, sempre buscou a orientação da instituição para metodologias de análise e novas tecnologias.

“Toda dúvida, novos métodos de análise, compra de aparelhos… Sempre tivemos uma boa orientação. O Orlando manteve um excelente relacionamento com a UFG, e isso fez muita diferença no crescimento do laboratório.”

Com o apoio da universidade, a empresa investiu em novos equipamentos e aprimorou suas técnicas de análise, garantindo resultados mais precisos e confiáveis. Assim, começou a se destacar e atrair cada vez mais clientes, desde pequenos produtores até grandes empresas de planejamento agrícola.

“Hoje, o laboratório conta com equipamentos de ponta e uma equipe altamente qualificada, mas tudo começou com muito esforço e humildade”, destaca Seu José, que participou ativamente das decisões e mudanças estruturais da empresa.

A evolução tecnológica

Nos primeiros anos, a Solocria contava com muito trabalho manual. “Naquela época, a gente anotava tudo à mão e os resultados eram datilografados. O máximo que conseguíamos processar eram 100 amostras de solo por dia, e, com dificuldade, umas 200 um dia ou outro.”

A virada começou com a aquisição dos primeiros computadores, modelo CP500, que trouxeram uma revolução para o laboratório. “Meu Deus do céu, parecia uma televisão, mas aquilo foi uma inovação muito grande”, relembra.

Depois veio o primeiro fax, “tão caro que descapitalizou a empresa”, e a primeira máquina de absorção atômica. “Foi um sonho, aquilo não existia, era uma Ferrari, vamos dizer assim”.

Atualmente a Solocria conta quatro equipamentos de absorção atômica, utilizados para análises complexas, algo inimaginável nos primeiros anos de operação. Com sistemas totalmente automatizados, realiza a análise de até 800 amostras diárias.

“A informatização foi uma das grandes mudanças que vivemos. Hoje, quase ninguém mais escreve à mão no laboratório; tudo é feito pelos computadores, o que agilizou muito o nosso trabalho e melhorou a qualidade dos resultados”, comemora.

Desafios e conquistas

Mesmo com todo o sucesso, Seu José Coelho não esquece dos momentos difíceis e das renúncias que marcaram sua trajetória, mas faz questão de deixar essas dificuldades no passado e celebrar o presente. “Eu digo para você que valeu a pena, e eu sempre acreditei que a Solocria ia dar certo, nunca pensei diferente.”

Ao longo dos 36 anos de existência, o laboratório enfrentou crises econômicas, mudanças no mercado e o aumento da concorrência, mas soube se adaptar e se fortalecer.

Para Seu José, um dos maiores orgulhos está na relação humana construída dentro da empresa. “Quando entro na Solocria e os funcionários me chamam de ‘Seu Zé’, eu sinto que conquistei algo que vai além dos resultados financeiros: o respeito.”

Esse carinho e reconhecimento por parte da equipe são, para ele, uma das maiores recompensas de toda a trajetória. “Isso para mim é a coisa mais importante do mundo. A gente não conquista isso por acaso”, destaca.

O que vem pela frente

Embora Seu José tenha se afastado do dia a dia da Solocria, ele continua participando das decisões estratégicas e oferece orientação aos novos gestores, suas sobrinhas Luciana e Rosana Castro, além de seu filho Vinícius, engenheiro agrônomo responsável pelo setor de análises de sal mineral, calcário, entre outras.

“É bom demais olhar para trás e ver que tudo deu certo e que nossos filhos e sobrinhos, estão tomando conta da empresa.”

O legado de Seu José vai muito além da construção de um laboratório respeitado no mercado de análise de solos. Sua trajetória, marcada por sacrifícios, inovações e relacionamentos humanos profundos, reflete o compromisso com a qualidade e a transparência que sempre nortearam a Solocria.

A empresa que ele ajudou a fundar há 36 anos continua a crescer e evoluir, agora sob o comando da nova geração. Com orgulho, ele observa o futuro com a certeza de que os pilares que construiu — trabalho árduo, inovação constante e respeito pelos clientes e colaboradores — permanecerão como as bases sólidas que continuarão a guiar a empresa por muitos anos.

“Eu vejo que o futuro da Solocria é promissor. A agricultura está mudando, e o laboratório, aos poucos, também. Eu acredito que vai mudar ainda mais. A tendência das coisas é modernizar, e vocês [da gestão atual] têm que estar preparados para isso”, conclui.

 

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